Decisão da Anvisa pode ter impacto no tratamento da obesidade

Entenda o que muda com a nova regulamentação

Próximo ao Dia Mundial de Combate à Obesidade, comemorado no dia 11 de outubro, a Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) lançou novas diretrizes para a prescrição da sibutramina e proibiu a comercialização de três inibidores de apetite - anfepramona, femproporex e mazindol - que podem ter grande impacto no tratamento da doença.

De acordo com Durval Ribas Filho, presidente da
Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), a decisão da Anvisa é preocupante do ponto de vista clínico. “De acordo com estatísticas da Abran, a restrição à sibutramina e a retirada dos medicamentos aumentará em 32% as complicações associadas à obesidade, que incluem hipertensão, colesterol alto e doenças psicossociais, como a depressão”, diz o médico nutrólogo.

Anvisa: ‘Não existem evidências científicas para provar eficácia dos inibidores’
Segundo o farmacêutico Dirceu Barbano, diretor-presidente da Anvisa, “os três inibidores de apetite foram suspensos por que não existem evidências científicas suficientes para comprovar sua eficácia e segurança no tratamento da obesidade. Os efeitos adversos a estes medicamentos não são letais, mas incluem quadros psiquiátricos graves, como dependência, depressão e comportamentos que poderiam colocar o paciente em risco, além de complicações cardíacas”.

Segundo a endocrinologista Leila Araújo, vice-presidente da
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a obesidade é uma doença crônica intimamente relacionada à ansiedade excessiva. “A minoria dos pacientes consegue reeducar os hábitos, comer menos, se exercitar mais e, assim, perder peso. Sem medicação adequada a maioria vai voltar a engordar. Os medicamentos retirados eram valiosos e ainda não possuem similares no mercado”, completa Leila.

Sibutramina será monitorada durante doze meses
Dirceu Barbano explica que a sibutramina ficará em monitoramento durante doze meses. “A partir de agora o paciente assinará um termo, em consultório, atestando que o médico explicou sobre os riscos do medicamento. O médico também assinará o documento e deve reportar possíveis efeitos colaterais à Anvisa. Ao final do período de doze meses reuniremos os novos dados coletados sobre a sibutramina e passaremos a ter uma base para avaliar a segurança e a eficácia do medicamento no tratamento da obesidade”, diz o farmacêutico.

Para o endocrinologista Ricardo Meirelles, ex-presidente da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e diretor do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, no Rio de Janeiro (IEDE), “é importante que o paciente conte com mais de uma opção para o tratamento da obesidade, já que os medicamentos são compostos de moléculas semelhantes, mas não iguais”.

Fonte: Saude GNT - R.Demoro


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