Exames prometem revelar qual o melhor tipo de atividade física, vocações e até a capacidade de otimismo de cada indivíduo.

Hoje, há uma variedade impressionante de exames genéticos: para mostrar a aptidão física para um esporte ou dar informações sobre vocações, por exemplo.



      No Rio de Janeiro, o laboratório Richet oferece um teste que revela qual atividade física beneficiaria mais um indivíduo. Entre as mutações genéticas avaliadas estão as que aumentam a propensão para males como morte súbita. Se houver risco de morte súbita, a pessoa não deve fazer exercícios aeróbicos sem orientação. Se tiver alterações que indiquem dificuldade para a queima de gordura, os aeróbicos são os mais indicados. A carioca Monalisa Espíndula, 40 anos, fez o teste. "Quero saber até onde posso ir nos treinamentos", diz. Ela corre, faz spinning, musculação e outras atividades.

      No laboratório Gene, de Belo Horizonte, existe uma opção que identifica a composição étnica. O teste já foi usado para comprovar a origem africana de candidatos às cotas raciais de universidades. E deu origem ao projeto Raízes Afro-brasileiras, que avaliou o DNA de celebridades, para mostrar a miscigenação no País. A atriz baiana Ildi Silva, 27 anos, descobriu que é 71,3% europeia e apenas 19,5% africana, apesar da pele negra. "Meu avô materno era holandês. Na Bahia tivemos diferentes colonizações e muitas misturas", diz.

      Lá fora, a empresa suíça GenePartner tem um kit que promete mostrar se os casais têm boas condições de gerar filhos com um sistema imunológico forte. Para isso, analisa os genes responsáveis pela fabricação de moléculas chamadas HLA, que atuam no sistema de defesa. Quanto mais diferentes as moléculas fabricadas por um e por outro, melhor seria a capacidade de proteção imunológica dos filhos. "Ele é indicado para serviços de relacionamento, em que as pessoas querem informações sobre as outras", disse à ISTOÉ a geneticista Tamara Brown, uma das fundadoras da empresa.

      Nos EUA, a companhia DNA Dynasty comercializa um teste que analisa 40 genes que estariam associados ao otimismo, à persistência, atenção, ao talento para a música e pintura, à inteligência e criatividade, entre outras marcas. Pais têm procurado a empresa para saber as vocações de seus filhos.

      Testes deste gênero, porém, levantam críticas. "Muitos desses testes não servem para nada", afirma a geneticista Mayanna Zats, da Universidade de São Paulo. "Existem áreas em que o ambiente e as relações sociais são muito mais importantes do que a genética", diz Salmo Raskin, presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica.

Fonte: Isto É